Desde tenra idade que a medicina me encontrava, talvez pela oportunidade que ela me proporcionaria em ajudar os outros. Sempre me preocupei com o bem-estar dos outros.
Fiz o curso primário, depois o secundário e por fim vestibular para o curso de medicina. Durante o curso percebi claramente que tinha achado o caminho certo e que teria aptidões em qualquer área da medicina. Já vinha praticando como “hobby” a fotografia o que me direcionou para a área de radiologia, no entanto o ensino dessa especialidade não era destaque e era dado noções simples por não radiologistas na cadeira de Semiologia Médica.
Ao se aproximar o fim do curso com a decepção dessa especialidade me direcionei para área de crianças tendo pensado em pediatria ou Cirurgia Pediátrica, já que gostava de crianças. Fui então fazer o pós-graduação em São Paulo, num hospital infantil, em regime de residência médica em pediatria durante dois anos, exercendo o cargo de chefe dos residentes durante o segundo ano.
Durante a residência médica por inclinação natural fui me aproximando da radiologia tendo frequentado a clínica do radiologista do hospital, um dos melhores de São Paulo onde fui perceber o que realmente era a radiologia, me refiro ao Dr. Fernando Chammas. Eu não tinha contato direto com nenhum radiologista, anteriormente, mas já percebia que todos eram hábeis semiologistas avaliando radiografias tirando delas uma infinidade de informações com escassos informes clínicos Trabalha-se com sinais, verdadeiras pistas que a clínica, a cirurgia, berçários, enfermarias, blocos cirúrgicos e salas de necropsias tinham consagrados.
Cada vez eu me encantava mais com a radiologia, eu não tinha conhecimento de que se podia tirar tantas informações de um simples exame para mim se tratava de mágica. Após o término da 1ª residência (pediatria) fundamentado na magia e no encantamento parti para uma nova residência em radiologia tendo me inscrito como candidato. A seleção era feita por currículo.
Como os candidatos eram todos recém-formados e eu já tinha feito residência e tinha trabalhos publicados fui escolhido ocupando o 1° lugar. As regras eram as mesmas, tinha que morar no hospital, o que não seria problema no primeiro ano (R1), mas no segundo ano (R2) eu tinha pretensões de me casar e não havia a menor possibilidade de compatibilizar casamento com residência médica. Nessa ocasião fui obrigado a renunciar a vaga. A secretária do Departamento tentou em vão mas, regras são regras. Ela fez contato com o professor Catedrático a procura de outra solução e conseguiu um treinamento como bolsista que tinha as mesmas funções com a vantagem de que não era obrigado morar, começava assim o primeiro ano.
A bolsa era renovada anualmente pelo professor. Vem o segundo ano não acontecendo o esperado ou seja, a bolsa não fora renovada. Fui então chamado pelo professor, tendo eu pensado na ocasião que tinha havido alguma falha da minha parte e foi quando ele me disse o motivo. Para surpresa minha ele me ofereceu uma vaga de médico assistente substituto, pois o titular havia pedido afastamento temporário. Muito honrado com o convite mas, me sentindo incapaz, tentei recuar e foi quando ele disse que me ajudaria e que meu desempenho durante o primeiro ano tinha sido observado. Tomei como estímulo e desafio e aceitei o convite.
No ano seguinte fui chamado novamente pelo professor tendo ele me concedido a 2ª bolsa, iniciava-se então o terceiro ano. No ano seguinte, ou seja, o quarto ano fui escolhido para a função de preceptor também com bolsa. No quinto ano após o término da preceptoria alcancei a função de médico assistente efetivo do Departamento de Radiologia da FMUSP. Participei na interpretação de exames radiológicos em duas teses de Doutoramento, uma da Dra. Marcília de Araújo Medrado Faria, Associação entre infecção chagástica e síndrome epilépticas e a outra de Dr. Antonio Marmo Lucon, Fístula interna entre a artéria femoral e a veia safena interna na hemodiálise.
Quero registrar aqui meus sinceros agradecimentos aos professores membros do Departamento, citando alguns, Dr. Alvaro Eduardo de Almeida Magalhães, Dr. José Apparício de Melo, Dr. Murilo Leite Chaves, Dr. Walter Bonfim Pontes, Dr. Mário D’Avila, Dr. Affonso Vitule Filho, Dr. José Carlos Lins, Dra. Cláudia Bender Lamego, Dr. Antonio Cavalcanti, Dr. Paulo Wierman, Dr. Losasso, Dr. Polizini, Dr. Cesar Albertoti, Dr. Giovanni Cerri, Dr. Manoel Rocha, e em especial ao Prof. Paulo de Almeida Toledo, detentor de uma excelente base clínica, com livre transito em cardiologia e possuidor de uma imensa cultura geral. Agradeço também aos colegas residentes do meu treinamento, contemporâneos e aqueles da época em fui preceptor citando, Euclydes Lourenzo, Roberto Muranga, Dolores Izete Paz, Osvaldo Bochi, Luiz Carlos Bogus, Edvaldo Soares, Claudio Lucarelli, Gustavo, João Sadi Lerner, Elvira Carvalhal, Kiome, Rosa Maria Paolini, Reynaldo Barros, Edson Rossini Iglezias, Nestor Barros e a nossa Secretária de Departamento, Elisa Pereira assim como, aos técnicos do Serviço. Trabalhei em bons hospitais como o da Beneficência Portuguesa, Infantil Darcy Vargas, Infantil Cândido Fontoura, esse último através de concurso público e vários outros, permanecendo em São Paulo aproximadamente 10 anos.
De volta a Recife após concursos públicos trabalhei no Hospital Agamenon Magalhães, Hospital da Restauração e Hospital das Clínicas. Fiz mestrado na Universidade Federal de Pernambuco.
Trabalhei em clínicas privadas, fazendo parte delas e no IMIP. Fui presidente da Sociedade de Radiologia de Pernambuco durante três anos.
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